Barak Obama, que de bobo não tem nada, agora deixou a Casa Branca divulgar uma fotografia sua, feita em agosto de 2012, em que ele aparece atirando com uma espingarda de caça.
Como após o massacre de Sandy Hook ele está tentando emplacar o controle de armas nos Estados Unidos, país em que há 270 milhões de armas e quatro vezes menos mortes por arma de fogo que no Brasil, liberou a foto para fazer acreditar que não tem nada contra armas. Apenas quer controlá-las.
A foto é de suposto exercício de tiro ao alvo na Casa Branca. Obama, para ser coerente, não deveria deixar a espingarda guardada na Casa Branca; vai que a sua esposa Michelle, ou uma de suas duas filhas elouquecem e fazem como o maluco de Sandy Hook que, antes de matar todas aquelas crianças, matou a própria mãe. Será que ele dorme agarrado na espingarda?
Desarmando as criancinhas
Olavo de Carvalho
28 Janeiro 2013
Na cidade de Mount Carmel,
Pennsylvania, uma menininha de cinco anos foi suspensa da escola por ter
ameaçado atirar na colega com um revólver de plástico cor-de-rosa que
dispara... bolinhas de sabão.
Na iminência de passar das
palavras aos atos, a perigosa criaturinha foi providencialmente desarmada pelas
autoridades competentes e submetida à penalidade prevista no sábio regulamento
escolar.
É a prova de que os EUA melhor
fariam se proibissem logo todos os brinquedos em forma de armas, quer disparem
bolinhas de sabão, tufos de pelúcia ou bilhetinhos de “Eu te amo”, e obrigassem
todas as crianças a brincar de casinha, independentemente dos sexos, para que
não cultivem o desejo maligno de algum dia atirar num bandido antes que o bandido
atire nelas.
Mas a grande nação do norte não atingiu ainda aquele estágio superior de civilização que permitiu ao nosso
país, mediante essa medida profilática e a drástica repressão do comércio de
armas entre adultos, ter apenas 4,5 vezes mais assassinatos anuais à bala do
que a truculenta sociedade gringa, embora tenha também cem milhões de
habitantes a menos e trinta vezes menos armas legais em circulação.
Eu mesmo sou um exemplo vivo do
perigo extremo de deixar as crianças brincarem com armas. Passei a infância
tentando ser Roy Rogers ou Hopalong Cassidy e, ao crescer, tornei-me um
assassino intelectual de idiotas, um dano que poderia ter sido evitado se no
meu tempo, em vez de uma indecente facilidade de acesso a revólveres e
espingardas de plástico, existissem os Teletubbies, os Menudos e sr. Luiz Mott.
Estes infelizmente só vieram a aparecer por volta da década de 90 do século XX,
quando a minha alma já estava irremediavelmente corrompida.
Mas às vezes as criancinhas, essa
parte especialmente temível da espécie humana, frustram as melhores intenções
dos desarmamentistas e descobrem meios incomuns e patológicos de se dedicar à
prática da violência mortífera. Numa escola de Maryland, dois meninos sofreram
a mesma punição da garotinha da Pennsilvanya porque, sem armas de plástico ou
de madeira ao seu alcance, mas empenhados assim mesmo em brincar de polícia e
ladrão, trocavam tiros com pistolas imaginárias formadas com o indicador e o polegar, este imitando o cão do
revólver, aquele o cano.
Em situação tão inusitada, o educador, não podendo
apreender equipamentos bélicos inexistentes nem cortar os dedinhos assassinos,
só tem um caminho a seguir: investigar cientificamente de onde os meninos
tiraram a idéia extravagante de que polícias e ladrões troquem tiros, e em
seguida submetê-los a rigoroso treinamento de sensitividade para que entendam
que essas duas classes de profissionais jamais se entregam a semelhante
exercício.
Aí novamente os nossos vizinhos
do norte muito teriam a aprender com a experiência brasileira. Por aqui não
tiramos as armas somente das mãos das crianças, mas da sua mente, dirigindo sua
atenção desde a mais tenra idade para práticas mais saudáveis como a
masturbação solitária ou coletiva e a interbolinação de ambos os sexos.
Infelizmente, a dureza implacável
do universo reacionário tem impedido que tão salutar medida surta os efeitos
esperados. As forças do além coligam-se para frustrar as iniciativas mais belas
dos nossos governantes iluminados e intelectuais progressistas. Numa verdadeira
conspiração voltada a desmoralizar especialmente a nossa mídia tão merecedora
do nosso respeito e consideração, que com desvelo maternal nos adverte
diariamente para a crescente epidemia de violência assassina nos EUA, o número
total de homicídios naquele país vem diminuindo despudoradamente nas últimas
três décadas, passando de 9,8 por cem mil habitantes em 1981 para menos da
metade (4,7) em 2011, malgrado o aumento prodigioso do número de armas legais
em posse da população civil.
No nosso país, ao contrário, com um controle de
armas cada vez mais severo, a proibição total de brinquedos em forma de armas e
as sucessivas campanhas de entregas voluntárias de revólveres, pistolas, rifles
e espingardas ao governo, o número de homicídios duplicou no mesmo período,
chegando a uns 36 por cem mil habitantes em 2010. Oh, mundo injusto!
Ainda assim, continuam existindo
na república americana mentes lúcidas e corajosas, como a do presidente Barack
Hussein Obama, que prometem eliminar, mediante a proibição das armas, os oito
mil homicídios anuais que ali se verificam. É verdade que, no mesmo período de
um ano, segundo as estatísticas oficiais, quatrocentos mil cidadãos e cidadãs
dos EUA salvam suas vidas reagindo à bala contra serial killers, assaltantes, estupradores
etc.
Desgraçadamente as almas de pedra dos reacionários e sócios da National
Rifle Association ainda se recusam a entender que para impedir oito mil
assassinatos vale a pena fomentar outros 392 mil.
Publicado no Diário do Comércio.
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA
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