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quinta-feira, 14 de abril de 2011

"AMOR E REVOLUÇÃO". COMO TORNAR OS TERRORISTAS ROMÂNTICOS E O PÚBLICO DESINFORMADO

Texto publicado neste blog no dia 16 de março deste ano.
Republico

No mês de abril, o SBT leva ao ar a novela “Amor e Revolução”. Pela leitura do noticiário é possível depreender que será uma novela na qual os contrários à ditadura militar serão tratados como heróis. Até aí tudo bem, houve realmente resistência democrática, embora a oposição de milhões de democratas ao regime militar tenha sido esquecida, prevalecendo a imagem de que os grupelhos marxistas que se envolverem com a luta armada é que foram os verdadeiros heróis. 

Além disso, a máquina de propaganda da esquerda, muito bem azeitada, e infiltrada em todos os meios de comunicação e no coração da chamada Indústria Cultural,  confundiu de tal modo a história do período que as novas gerações imaginam algo que não existiu.

Outro dia, em conversa com jovens universitários de um curso de Jornalismo, lamentei o desconhecimento deles sobre os fatos da História e comparei (não para ver qual ditadura foi melhor ou pior, pois qualquer ditadura é abominável) os dados do período ditatorial argentino com o brasileiro.

Os jovens mal puderem crer quando souberam que a Argentina, com uma população de um quarto apenas da brasileira, somou perto de 30 mil mortes, vitimas da dureza daquele regime; enquanto que o Brasil, com população quatro vezes maior, somou um total perto de 500 mortes, em dados dos relatórios da oposição e entidades de direitos humanos.

Nunca lhes contaram isso nas aulas de História. Nunca lhes contaram que a esquerda vem tentando tomar o poder no Brasil desde os anos 30. Nunca lhes contaram que já no início dos anos 60, antes do golpe militar, havia gente indo ao exterior para receber instrução para luta armada, e que Cuba já estava fornecendo armas para o movimento das Ligas Camponesas, de Pernambuco, de Francisco Julião.

Nunca lhes contaram que aqueles que posam como heróis da resistência democrática hoje em dia, muitos deles recebendo indenizações da caráter duvidoso, nunca lutaram pelo restabelecimento do regime democrático, mas, antes, para derrubar o governo militar e implantar um regime comunista aos moldes cubanos ou chineses no Brasil. Isso está claro em qualquer estatuto ou conjunto de regulamentos dos movimentos armadas do período.
Nunca foram democratas.

Pelo roteiro superficial da novela uma guerrilheira cheia de ideais luta contra a ditadura. Seria espelhada em alguma personagem real? É um processo de construção de uma imagem heróica para alguém com olhos ali no futuro próximo?
Será que a novela contará o plano real dos terroristas, que mataram quase 200 pessoas em seus atentados, boa parte civis inocentes, transeuntes, de criar um estado comunista no Brasil? 

Claro, uma novela é uma peça de ficção; mas, no Brasil, é tal o grau de desinformação, ignorância, despreparo e incultura que uma novela, atingindo milhões pode criar forte impressão de realidade. Como ninguém era checar coisa alguma, a narrativa ficcional será incorporada como verdade. Pois boa parte da população, e da própria esquerda, aliás muito fraca em termos de preparo doutrinário e teórico, não questionou muito o filme (também ficção) Tropa de Elite (I), como se fosse um verdadeiro documentário?

Como disse em um texto o Reinaldo Azevedo, o Brasil ainda será formado por uma geração inteira de jovens idiotizados pelas mentiras contadas e pela preguiça de procurar saber a verdade.

Como recentemente a TV Record fez uma série sobre a Venezuela, pelo visto favorável ao ditador Hugo Chávez, os blogs e sites de esquerda já decretaram que a série foi “equilibrada”. O que significa equilibrado? Que apresentaram duas versões, a da oposição e a do governo, e nós devemos tirar as nossas conclusões? E se foram contadas duas mentiras? Escolhemos a verdade por plebiscito? 

O que parece é que, por meio das bordas, ao modo mineiro, há uma ação cultural planejada para criar uma fantasia de que a proposta socialista-bolivariana chavista é boa e viável, e que os terroristas foram, no Brasil, os responsáveis pela queda da ditadura. Nada mais longe da verdade.

Os blogueiros da esquerda ficaram tão assanhados com a série da Record e a novela do SBT que já dizem que agora será provado que a Globo mentia sobra a Venezuela e sobre os tempos da ditadura. Como se tudo se resumisse a uma guerrinha de mídias.

Essa gente é tão limitada que não lê os jornais do exterior, muito melhores na cobertura internacional que os do Brasil, e que contam a situação dramática da população da Venezuela. Chávez está conseguindo quebrar a economia do pais, alem de destruir a segurança institucional. 

A coisa é tão extensa no âmbito cultural, que uma escola de samba de Santa Catarina resolver fazer um enredo glorificando a revolução cubana, com um saldo de quase cem mil mortos, como se  aquele país, estacionado nos anos 50, houvesse dado um salto à frente, como queria Mao Tse Tung com sua revolução cultural. Para a esquerda, todos devem lembrar-se, os fins sempre justificam os meios. Portanto, todos os que atrapalham podem ser eliminados, tranquilamente.

Claro, trata-se da construção de um mundo cada vez melhor, sem violência e mais humano!

Aguardemos a novela.

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