HU FICOU IRRITADO COM O MENINO |
A imaginação humana não tem limites, assim como o imaginário,
produto do uso da imaginação. Há tantos documentários na TV comercial ou a cabo
sobre a vida natural, mostrando sujeitos corajosos se atracando com feras, que é
bem capaz de confundir uma criança, achando que crocodilos, tubarões, leões, tigres, cobras mortais são um tipo de
animal doméstico diferente, que aceita as nossas brincadeiras ou as idéias mais
malucas.
Não sei se o menino Vrajmany Fernandes Rocha, 11 anos, que
teve o braço direito estraçalhado, no último dia 30 de julho, no Zoológico de
Cascavel, gostava de ver tais programas, é até possível; todavia, o garoto
estava acompanhado de seu pai, Marcos do Carmo
Rocha, 43 anos.
O fato é que Vrajmani, em busca de aventura ou não, segundo
pode-se ver em fotos e vídeos disseminados pela Internet, saltou a grade de
proteção que separa o público das jaulas dos grandes felinos e foi brincar com
um leão e o tigre. Independente de acharmos que o menino foi imprudente ou não,
é bom lembrar que tem 11 anos. E que seu pai estava ali ao lado. Ao Fantástico
o pai disse que descuidou-se um pouco porque tomava conta do outro filho, de 3
anos, mas que achou que o leão estava bastante calmo e a situação controlada.
"SITUAÇÃO CONTROLADA", SEGUNDO O PAI DO GAROTO |
Fico pensando com meus botões “o que significa situação
controlada diante de um felino selvagem imenso como um leão ou um tigre? Acho
que esse pai não sabe de que está falando.
O garoto tentou dar um osso de galinha para o leão que não
ligou para o alimento. O menino passou, então para a jaula do tigre. Ali,
começou a correr de um lado para outro, e um vídeo mostra que cutucou o animal
com uma vareta e tentou puxar o seu rabo. Especialistas do zoo vendo o vídeo,
depois, informaram à imprensa que o animal demarcou território urinando na
grade (um aviso), e depois, aparentemente irritado, mordeu o braço de Vrajmani.
Das conversas sobre o fato, a mais bizarra foi sobre uma
suposta decisão de que o tigre, chamado Hu, seria sacrificado, o que já foi
desmentido pela Prefeitura de Cascavel. Então, ao final de tudo, o culpado seria o pobre animal?
Vrajmani perdeu seu braço direito; o pai levará dúvidas
sobre o que deveria ter feito para evitar o drama até o fim de sua vida; o zoo talvez
tenha que rever certas normas de segurança; a polícia terá que investigar e
achar culpados ou responsáveis pelo incidente.
Apesar de intimar muitas pessoas que estavam no zoo naquela
quarta-feira à tarde, o delegado não poderá intimar nem o leão e nem o tigre
Hu. Animais não falam. Bem, é mais ou menos assim. De certa forma, quem tem cães
e gatos em casa sabem que animais falam sim, de diversos modos, mas seria demais
esperar que o menino de 11 anos entendesse a linguagem corporal dos animais.
Entre a grade de proteção e as jaulas há uma distância de
1,5 metro. Se o menino não houvesse ultrapassado a barreira, hoje estaria com
seu braço intacto, e seu pai não levaria essa questão dramática sobre sentir-se
culpado, para o resto de sua vida.
Mas, como o pai disse à imprensa que ele foi desobediente, pois
chegou a escalar a grade da jaula, também não aprendeu bem o que lhe deveria
ter sido, talvez, melhor ensinado: a
obedecer as ordens dos mais velhos, especialmente as dos pais.
O tigre Hu nada poderá dizer, agora, após haver estraçalhado o braço
do menino, tigres não falam, mas ele certamente sabe perfeitamente o que o
irritou. Como o pai de Vrajmani, levará esse segredo até o fim da vida.
Imagens de vídeos da Internet.
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