Sou de uma família de formação católica, como muita gente no Brasil. Meu avô paterno, que quando moço viveu na zona rural, trabalhando no campo, para estudar fez como muitos outros jovens naquele tempo. Foi para o seminário. Antes da ordenação conheceu minha avó, deixou a Igreja e casou-se, tiveram onze filhos. Como a formação recebida nos antigos seminários era muito boa, oferecendo uma bela cultura geral e excelente formação em Direito Canônico, ele transformou isso tudo em uma carreira de advogado sem diploma, como era possível em seu tempo, chamado rábula.
Meu avô foi um rábula, e um dos melhores advogados do interior do Estado de São Paulo, advogando por 60 anos. Morreu pobre, pois não ligava muito para a questão das finanças, talvez devido à sua formação cristã.
Bem, isto dito, para sinalizar a orientação da família, frequentei missas durante alguns anos, seguindo as normas da Igreja. Mas uma coisa começou a me chatear, a mudança da missa que passou a ter as partes em latim suprimidas. O fim da confissão, e outras mudanças pela qual passou a Igreja notadamente dos anos 60 adiante. Nunca perdi os princípios cristãos católicos, mas nunca mais fui aos cultos.
A BABOSEIRA MARXISTA NA IGREJA
Aquela baboseira socialista, aquela pregação política sempre me intrigou. Aquela lenga lenga revolucionária saindo da boca de padres sempre me pareceu coisa de despreparados. Queriam e conseguiram rebaixar as questões do Espírito ao nivel terreno. O Reino de Deus não é aqui. É tão simples. A César o que é de César. A Deus o que é de Deus.
Os católicos, para mim, perderam absolutamente a fibra. Perderam o rumo da Igreja eterna. Perderam a identidade. Concordo com o médico e teólogo Rama Coomaraswami quando, analisando a a evolução da Igreja, conclui que os Concílios do final do Século XIX começaram a tornar as coisas meio difusas, aparecendo o resultado trágico nos anos 60.
Como um católico pode ser comunista?
Como um católico pode ser comunista?
Como um católico pode defender o aborto?
Como um católico pode defender a pena de morte?
Como um católico pode ter perdido a visão compassiva pelo próximo?
Questões tão simples. Mas tão reveladoras.
A evolução dos meios de comunicação; a pior formação católica, pelo afastamento dos princípios; o avanço nos anos 80 da visão multiculturalista, o avanço da idiotia do relativismo cultural, o avanço do pensamento politicamente correto; a chegada, conforme os teóricos, da tal Pós-Modernidade, são os fatores que ajudaram a incrementar a crise da Igreja.
Hoje, mulheres que se dizem católicas e feministas, que são capazes de assinar um manifesto pedindo pela libertação de uma mulher terrorista palestina presa em Israel (e que explodiu um ônibus cheio de crianças inocentes), por exemplo, não assinam qualquer manifesto pedindo por uma mulher católica que esteja condenada à morte, no Paquistão, por exemplo, apenas por ter dito que Cristo está vivo.
Por que isso acontece?
Porque a mulher católica, presa e condenada à morte no Paquistão cometeu uma blasfêmia ao dizer que Cristo está vivo. Por isso merece morrer. As católicas feministas, de esquerda, admiram mais os regimes islâmicos fanáticos, pela sua posição antiamericana, do que são solidárias e compassivas... com outras mulheres católicas. São solidárias com os assassinos que matam mulheres de sua própria fé, por uma questão de ideologia.
Este são os nossos tempos absurdos, em que católicos embebidos de esquerdismo imbecilizante são capazes de abandonar seus próprios irmãos católicos, fingindo não ver que há um massacre contra os católicos na África, no oriente Médio e na Ásia.
Hipócritas.
Aqui, no entanto, acham lindo e moderno e avançado um filme que apresente a Virgem Maria como uma prostituta, ou lésbica, ou ladra, ou pedófila, ou o que quer que seja, em nome da Liberdade de Expressão. Ou um filme que trate de propor que Cristo foi um revolucionário tonto e cruel como Che Guevara, homossexual, racista, louco, ladrão, ou qualquer outra bobagem. Não discuto a preferência sexual de Cristo ou de Maria. Poderiam ter sido qualquer coisa. Não se trata disso.
Trata-se de que aqui, no Ocidente, enquanto alguns cristão possam ficar indignados com tais abordagens, ninguém pede a prisão dos autores de tais obras, nem queima cinemas, nem apedreja as pessoas na rua e nem pede a morte do tal artista, como fizeram os iranianos com o grande escritor inglês Salman Rushdie que se referiu a Maomé em uma livro. E jamais, por enquanto, ocorreria ao Governo pedir a morte de alguém por isso.
Mas essas abordagens ofendem ou não ofendem aos católicos? Claro que sim.
Os católicos perderam a fibra. Não sabem mais ser firmes na defesa de sua fé.
Enquanto isso o fanatismo islâmico, em alguns países, leva os católicos à morte, apenas por dizer a uma rodinha de amigos: Cristo está vivo.
Realmente estes são tempos muito estranhos.
Agora leiam sobre Asia Bibi, a católica condenada à morte por dizer "Cristo vive".
O texto abaixo foi reproduzido do site da Rádio Vaticano. Pretendo, com isso, dar uma ajudazinha à Igreja.
11/04/2011 19.34.36
PAQUISTÃO: DIA DE ORAÇÃO POR ASIA BIBI
imagem Vera Dextra blogspot |
Islamabad, 11 abr (RV) - A Igreja no Paquistão celebrará no próximo dia 20, quarta-feira da Semana Santa, o Dia de Oração por Asia Bibi e por todas as vítimas da lei sobre a blasfêmia.
A iniciativa foi lançada pela Fundação Masihi a todas as Igrejas cristãs espalhadas pelo mundo. O organismo "pede aos homens e mulheres de boa vontade para que se unam em oração e acendam uma vela, implorando a Deus a salvação e a libertação de Asia Bibi e de todos aqueles que sofrem as conseqüências das falsas acusações de blasfêmia" – ressaltou o diretor da Fundação Masihi, Haroon Masih.
O Bispo de Multan, Dom Andrew Francis, Presidente da Comissão para o Diálogo Inter-religioso na Conferência Episcopal do Paquistão, aderiu à iniciativa e frisou que "a oração é um instrumento importante para os fiéis paquistaneses que confiam na obra de Deus". Também as Pontifícias Obras Missionárias no Paquistão aderiram ao evento, afirmando que tal iniciativa ajudará a sensibilizar as comunidades locais.
Também aderiram à iniciativa de oração, vários mosteiros femininos da Espanha e Itália. As monjas rezarão por Asia Bibi e para que o Senhor Ressuscitado abra os corações de todos a fim de que seja edificado o seu Reino de paz e justiça.
O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean Louis Tauran, presidirá a celebração eucarística, no próximo dia 20, na capela do Parlamento Italiano A missa é promovida pela Associação Parlamentares Amigos do Paquistão e pela Associação de Paquistaneses Cristãos na Itália, a fim de lembrar o ministro para as minorias religiosas, Shahbaz Bhatti, assassinado recentemente no Paquistão, que defendeu Asia Bibi, pagando o preço com sua própria vida.
A Fundação Masihi faz um apelo a todas as comunidades, paróquias, associações, escolas, congregações religiosas e todas as Igrejas cristãs espalhadas pelo mundo para que se unam ao Dia de Oração por Asia Bibi e por todas as vítimas da lei sobre a blasfêmia. (MJ)
A iniciativa foi lançada pela Fundação Masihi a todas as Igrejas cristãs espalhadas pelo mundo. O organismo "pede aos homens e mulheres de boa vontade para que se unam em oração e acendam uma vela, implorando a Deus a salvação e a libertação de Asia Bibi e de todos aqueles que sofrem as conseqüências das falsas acusações de blasfêmia" – ressaltou o diretor da Fundação Masihi, Haroon Masih.
O Bispo de Multan, Dom Andrew Francis, Presidente da Comissão para o Diálogo Inter-religioso na Conferência Episcopal do Paquistão, aderiu à iniciativa e frisou que "a oração é um instrumento importante para os fiéis paquistaneses que confiam na obra de Deus". Também as Pontifícias Obras Missionárias no Paquistão aderiram ao evento, afirmando que tal iniciativa ajudará a sensibilizar as comunidades locais.
Também aderiram à iniciativa de oração, vários mosteiros femininos da Espanha e Itália. As monjas rezarão por Asia Bibi e para que o Senhor Ressuscitado abra os corações de todos a fim de que seja edificado o seu Reino de paz e justiça.
O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean Louis Tauran, presidirá a celebração eucarística, no próximo dia 20, na capela do Parlamento Italiano A missa é promovida pela Associação Parlamentares Amigos do Paquistão e pela Associação de Paquistaneses Cristãos na Itália, a fim de lembrar o ministro para as minorias religiosas, Shahbaz Bhatti, assassinado recentemente no Paquistão, que defendeu Asia Bibi, pagando o preço com sua própria vida.
A Fundação Masihi faz um apelo a todas as comunidades, paróquias, associações, escolas, congregações religiosas e todas as Igrejas cristãs espalhadas pelo mundo para que se unam ao Dia de Oração por Asia Bibi e por todas as vítimas da lei sobre a blasfêmia. (MJ)
Procurem mais informações em:
http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/articolo.asp?c=477767
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http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/articolo.asp?c=477767
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CASO ASIA BIBI AINDA SEM SOLUÇÃO
Roma, 24 nov (RV) - Asia Bibi, uma mulher cristã condenada à morte no Paquistão por blasfêmia por um tribunal local, é inocente. É o que afirma o ministro paquistanês para as minorias, Shahbaz Bhatti, que apresentará seu relatório sobre o caso de Asia Bibi ao presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari. O porta-voz da Presidência do Paquistão também declarou à agência AsiaNews, que examinará o pedido de clemência feito pela família.
Várias grupos ameaçaram manifestações de protesto em todo o país se Zardari assinar o procedimento de clemência. Segundo o jornal “The Christian Post”, o chefe de Estado paquistanês já teria concedido a graça. A notícia, no entanto, não foi confirmada. No Paquistão, uma televisão privada informou que Ásia Bibi já tinha sido liberada. Após o anúncio, várias pessoas foram até a prisão onde a mulher estaria detida. Os reponsáveis pela penitenciária, ao invés, reafirmaram que Asia Bibi ainda se encontrava na prisão.
Várias grupos ameaçaram manifestações de protesto em todo o país se Zardari assinar o procedimento de clemência. Segundo o jornal “The Christian Post”, o chefe de Estado paquistanês já teria concedido a graça. A notícia, no entanto, não foi confirmada. No Paquistão, uma televisão privada informou que Ásia Bibi já tinha sido liberada. Após o anúncio, várias pessoas foram até a prisão onde a mulher estaria detida. Os reponsáveis pela penitenciária, ao invés, reafirmaram que Asia Bibi ainda se encontrava na prisão.
Sobre o assunto se sucedem declarações e desmentidos. Segundo a agência do Kuwait, “Kuna” e a “Christian Concern International”, Asia Bibi foi libertada e levada para um local secreto por razões de segurança. O Arcebispo de Lahore Dom Lawrence John Saldanha, contatado pela Rádio Vaticano, porém, desmentiu essa notícia.
A notícia da libertação de Asia Bibi, se e quando for confirmada, será acompanhada por expressões de alegria da comunidade cristã e de grande parte da comunidade paquistanesa, mas também por ameaças de morte por parte de grupos extremistas. (SP)
Não me parece que baste rezar...mas vc está coberto de razão, a hipocrisia vigente traduz-se numa posição de fraqueza dos católicos, que parecem padecer do eterno complexo de culpa dos cruzados, e cegos e receosos deixam-se bater e enredar nas poderosas teias do Islão, que de resto tem conseguido fazer vingar alguns ensaios dessa lei da blasfémia, mesmo no Ocidente!
ResponderExcluirNote-se que a imprensa se escandaliza imenso com e entrada em vigor da lei da burqa em França, mas não gasta uma linha com o caso de Asia Bibi...
Tristes tempos...excelente post!
Abraços
É sempre um prazer vir aqui.