Demonstre-o, senhor Presidente!
RAÚL E. TAMAYO GAVIRIA
01 JUNHO 2011
Os massacres, segundo o escritório de Direitos Humanos da ONU na Colômbia, aumentaram de forma alarmante. As notícias nos jornais e noticiários estão cheias de mortes a bala e guerras entre os bandos de traficantes de drogas, de roubos e assaltos.
FOTO: BLOG NOTALATINA |
Conta a história, e a recorda Héctor Echeverri Correa, que durante sua presidência o doutor Guillermo León Valencia esteve de visita oficial aos Estados Unidos e um jornalista imprudente lhe perguntou:
- Senhor presidente, os guerrilheiros continuam massacrando camponeses na Colômbia?
- Não senhor, respondeu Valencia, agora se dedicam a matar líderes negros e presidentes. Ele referia-se às mortes do presidente John F. Kennedy e de Martin Luther King, assassinado lá.
Vimos esta semana pela televisão, o presidente Juan Manuel Santos em um tonzinho meio rabugento que não conhecíamos dizendo:
"E que alguns não me digam como devo combater os narco-guerrilheiros, pois isso é o que vim fazendo nestes últimos anos. Não baixamos a guarda e se for necessário apertar mais, o vamos fazer".
Não precisa recorrer à ironia do presidente Valencia para dizer a Santos que os que dissemos que baixou-se a guarda na Segurança Democrática somos muitos. Segundo as estatísticas de "País Libre", o seqüestro na Colômbia no primeiro trimestre desse ano, comparado com o mesmo período do ano passado, aumentou 21 por cento.
Os massacres, segundo o escritório de Direitos Humanos da ONU na Colômbia, aumentaram de forma alarmante. As notícias nos jornais e noticiários estão cheias de mortes a bala e guerras entre os bandos de traficantes de drogas, de roubos e assaltos. A "percepção de insegurança" é geral.
Se nos fixamos em Urabá e Chocó, as invasões de fazendas urbanas em Turbo, Apartadó, Chigorodó, Carepa e Carmen del Darién, os seqüestros maciços como os do Atrato não se viam nos últimos anos do governo anterior, quando nosso atual mandatário era ministro da Defesa, mas é que havia outro presidente que fazia seguimento.
Certamente a tudo isto agregamos a desconfiança na Justiça, politizada e parcializada que ordena cárcere para prestigiosos militares que nos defenderam no passado, e para membros do Congresso por vínculos com "para-militares" por simples testemunhos verbais, enquanto aos que se vêem em vídeos e discursos defendendo publicamente as FARC nem sequer se os detém, nem se aceitam provas como os computadores de Reyes, com fotos e vídeos.
Só o fato da apresentação do projeto de lei para a Política Integral da Segurança e Defesa para a Prosperidade, pelo solitário ministro Rivera ante o Congresso, enquanto o Comandante Supremo das Forças Armadas e da Polícia falava ante um organismo civil da Lei do Desporto, nos diz o compromisso que nosso rabugento Presidente tem com a Segurança para a Prosperidade. Oxalá nos demonstrasse com fatos, senhor Presidente!
Devolva a confiança às Forças Militares e de Polícia, com um estatuto pelo qual se julgue os membros das Forças da Ordem por tribunais castrenses que entendam os procedimentos penais para militares. Não diz que estamos em Conflito Armado ? Aplique-o à Justiça. Se nossos juízes e magistrados estão sentenciando politicamente, tiremo-los do foro militar!
Devolvamos a confiança no Estado, senhor Presidente, não só aos que votamos no senhor porque acreditamos em seu discurso de candidato, senão a toda a Colômbia. A essa Colômbia hoje inundada que o vê abraçar Hugo Chávez e Rafael Correa, amigos das FARC. O amigo de teu inimigo é também teu inimigo.
Lembre-se desta frase de Laureano Gómez: "Assim como os cargos enaltecem as pessoas, as pessoas também devem enaltecer os cargos que desempenham".
Salários: Desde 1999 não se faz uma atualização dos soldos das Forças Militares e de polícia. Se somamos a isso os julgamentos enviesados e politizados dos juízes, saberemos o porquê da desmoralização de nossas Forças Armadas.
Fonte: Diário El Colombiano de Medellín
Tradução: Graça Salgueiro
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